suavidade é saber chegar sem fazer barulho, mas eu sou conhecida por falar alto quando me empolgo. acho que é à vontade nessa empolgação que eu mais me sinto eu mesma.
a ironia é que também moro nos dias de total introspecção, quando mergulho no silêncio escondido na menina que passou a ter medo de ser ela mesma.
já te disseram que você era muito? muito caos, muito drama, muita intensidade? tenho pra mim que se acostumar com o muito é assustador. a gente busca quem tudo entende, tudo suporta, tudo aceita. a gente busca a natureza contrária à das emoções. e se emocionar, você sabe, é muito. o que me deixa em paz é saber que, quase sempre, eu tô exatamente aonde eu deveria estar.
tenho aprendido a olhar com calma os lugares por onde passo, enquanto sinto e penso muito. tem algo de maluco em aprender a ficar confortável no próprio corpo, na própria vida. a gente olha o passado perdido e pensa: “era isso esse tempo todo?” – e ri da própria velocidade. tem coisas que demoram mais e não há nada de errado nisso.
importa mais apreciar o trajeto recalculando as rotas do que sobreviver tentando caber em expectativas.